Se nada for feito para colocar o mundo de volta nos trilhos a humanidade deverá sofrer os riscos de sua provável autodestruição. Pensar e agir enquanto há tempo é o melhor caminho.
As empresas privadas são protagonistas do desenvolvimento econômico de um país. Ao governo cabe a criação e a fiscalização das políticas públicas, pois se mostra ineficiente quando resolve empreender, haja vista os diversos escândalos de corrupção e prejuízos, especialmente na Petrobras, que serão pagos posteriormente pelos cofres públicos, ou seja, a população, por meio do aumento de impostos. As empresas geram empregos, riquezas, ação social e ambiental, mas somente as privadas assumem o ônus da má administração.
Esquecemos as empresas estatais para focar nas privadas, especialmente nas micros e pequenas empresas do ramo comercial do Brasil que, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2014, representam 53,4% do Produto Interno Bruto (PIB). São merecedoras do nosso respeito. No entanto, esta significativa parcela empreendedora, largamente sofrida nos últimos anos pela recessão iniciada em 2008 nos Estados Unidos da América (EUA), pode fazer ainda mais pelo Brasil e pelo mundo.
Produzir e comercializar pode ser mais fácil, rápido e impensado, ou, ao contrário, investindo tempo para desenvolver a mesma atividade de forma a não destruir o mundo, o que é básico, fundamental e indispensável para perpetuar a vida humana no planeta Terra. É esta reflexão que proponho neste artigo, no qual apresento, ao final, algumas ações passíveis de ser implantadas em sua empresa.
O mundo capitalista já deu alguns pequenos passos em direção à sustentabilidade. Um deles é o Índice Dow Jones Mundial de Sustentabilidade (DJSI), lançado em 1999, o mais importante para medir as empresas que investem em sustentabilidade. Algumas empresas brasileiras já fazem parte do DJSI, entre elas a Petrobras, Banco Itaú, Banco Bradesco, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Natura, Vale do Rio Doce e Bom Preço.
Os clientes já percebem valor nas marcas e produtos que investem na sustentabilidade, o que implica em maior divulgação para informar e atrair os consumidores. O professor Lopes de Sá, contador e escritor, disse que “pouco adianta, para fins humanos, que estejamos a apenas demonstrar que se investiu tanto ou quanto na solução de problemas ecológicos ou em interesses sociais, se não conhecemos, pela reflexão, as bases lógicas de uma interação entre a célula social e os seus entornos, entre a empresa e o meio em que vive, entre a instituição e a sociedade.”
Pensar e agir de forma sustentável é quando a empresa se preocupa, além do lucro e da simples obediência às leis, com as políticas para a sustentabilidade, com a produção e o consumo sustentável, evita o consumo de recursos naturais e materiais tóxicos e a geração de resíduos poluentes. Essa preocupação e investimento têm trazido retorno, pois “42% dos consumidores se preocupam muito com práticas sustentáveis quando compram algo”, de acordo com pesquisa publicada em 2017 pela Opinion Box (https://blog.samplify.com.br/empresas-sustentaveis-e-engajadas/).
“O homem é parte da natureza e sua guerra contra ela é, inevitavelmente, uma guerra contra si mesmo”, disse Rachel Carson, geocientista, autora do livro “Primavera silenciosa”, uma proposta de revisão da pulverização aérea com o pesticida DDT da qual, apesar da grande batalha travada com poderosos, ela - o mundo - venceu.
Para finalizar apresento algumas ações que as micro e pequenas empresas podem fazer, sem grande investimento, para contribuir com a sustentabilidade, dando sua parcela de contribuição para a perpetuação do mundo àqueles que hão de vir. Não se preocupe com a implantação de todas as ações abaixo listadas, faça uma de cada vez e de acordo com as condições da sua empresa:
- Selecione e priorize parceiros e fornecedores compromissados com a sustentabilidade;
- Mantenha bom relacionamento com a comunidade;
- Reutilize e recicle materiais como papel, vidro, metal, plásticos, eletrônicos, lâmpadas, pilhas, água, energia etc.;
- Evite comprar materiais descartáveis;
- Evite produzir ou comercializar produtos que agridam a sociedade e o meio ambiente, tais como cigarro, armamento, gases tóxicos etc.
- Utilize equipamentos econômicos (ar-condicionado, computadores e máquinas);
- Permita que sejam veiculadas somente propagandas que dizem apenas a verdade;
- Use tecnologias limpas, como a energia solar, cujos painéis tem vida útil superior a 20 anos e se pagam entre cinco a sete anos;
Pense, estude e aja (abra mão de alguma parcela do lucro) em prol da sustentabilidade. Suas ações serão eternizadas, você perpetuado e a humanidade do futuro ficará agradecida.
27/08/2020